Cartomancia e literatura
- Gigi Tarô

- 9 de jan. de 2023
- 1 min de leitura
Atualizado: 11 de jan. de 2023
“A cartomante fê-lo sentar diante da mesa, e sentou-se do lado oposto, com as costas para a janela, de maneira que a pouca luz de fora batia em cheio no rosto de Camilo. Abriu uma gaveta e tirou um baralho de cartas compridas e enxovalhadas. Enquanto as baralhava, rapidamente, olhava para ele, não de rosto, mas por baixo dos olhos. Era uma mulher de quarenta anos, italiana, morena e magra, com grandes olhos sonsos e agudos”
A cartomante, Machado de Assis.
Esse é um pequeno trecho do conto A Cartomante, de Machado de Assis, um dos maiores escritores da língua portuguesa. Assim como toda a obra de Machado, esse conto é muito estudado pelos acadêmicos de literatura. Há incontáveis artigos sobre os desdobramentos do triângulo amoroso entre Vilela, Rita e Camilo.
A forma dramática em que descreve a cartomante é um espetáculo à parte: a cena que ocorria as consultas, o estado do baralho utilizado e como era essa mulher, sua aparência física, o modo como se comportava em relação ao consulente, além de indicar sua nacionalidade estrangeira. O Rio de Janeiro do final do século 19 estava repleto dessas mulheres que trouxeram em sua bagagem, a arte de ler a sorte para as pessoas.
Não conhece esse conto? Leia-o aqui:





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